Jericoacoara – Peculiaridades
MEIO AMBIENTE
Conheça algumas peculiaridades do Parque Nacional de Jericoacoara. Criado em fevereiro de 2002 com o objetivo de proteger os ecossistemas costeiros e assim assegurar a preservação de seus recursos naturais. O Parque Nacional compreende uma área de 8.416,00 hectares e o local possue diversas paisagens como: serrote, tabuleiro, restinga, manguezais, praias, gramados, lagoas e campos de dunas.
Migração de Dunas
As Dunas – Entenda como funciona a migração das dunas dentro do Parque
Principalmente nas regiões costeiras, onde se tem disponibilidade de areia em quantidade apreciável e ventos constantes, as dunas comumente associam-se formando “Campos de Dunas”.
O transporte se da, frequentemente, por saltação.
As dunas “migram” com maior ou menor rapidez à medida que o vento sopra as partículas de areia para outros pontos, normalmente retirando-as de barlavento para serem acumuladas em sotavento.
As dunas costeiras sempre se formam na direção do vento predominante.
Modelo de migrações dos campos de dunas ao longo do Parque Nacional de Jericoacoara. Evidencia a fonte de sedimentos para a formação do campo de dunas e sua interação com as demais unidades morfológicas. Foi utilizado para a definição das trilhas e dinámica sazonal para a gestão do acesso de veículos. (Fonte: Plano de Uso Público das Trilhas de acesso ao Parque Nacional de Jericoacoara – IBAMA)
Modelo de Migração das Dunas
Ao longo do Parque Nacional de Jericoacoara foram identificadas três formas de migração das dunas, após serem edificadas.
Migram de continente adentro: contornam o promotório (serrote da Pedra Furada) e podem novamente alcançar a linha de costa a través do by pass de sedimentos (transpasse de areia)
Ao alcançarem o riacho Doce e o estuário do rio Guriú dão origem a bancos de areia, que são transportados pela dinâmica fluvial e das marés e os sedimentos voltam logo à praia.
Os campos de dunas migram para regiões interiores da planície até ser fixados pela vegetação ou mesmo sobreporem-se a outros campos de dunas já fixados.
Dunas Fixas e Móveis
O campo de dunas é uma planície composta de dunas fixas e móveis no formato barcana. A duna em crescente é a mais comum (com pontas nos dois extremos). Em geral, é mais larga que longa e fica oblíqua à direção do vento.
Em Jericoacoara, tanto a correnteza como o vento correm, predominantemente, de leste para oeste. O movimento das dunas, aproximadamente 15 metros por ano, vão modificando todo o ambiente, empurrando as lagoas naturais.
A duna do Pôr do Sol: da sua formação até hoje passaram 500 anos aproximadamente. Agora ela está de frente para o mar, atualmente mede 30 metros de altura, mas vai diminuindo de tamanho com o tempo, processo acelerado pelo impacto natural e humano. A duna é um local privilegiado onde milhares de turistas do mundo inteiro, acompanham o Pôr do sol no mar de Jericoacoara.
Passeio Ecológico do Cavalo Marinho no "MANGUE SECO".
Canal do Rio Camboa – Margue Seco
No seu habitat natural, sete barqueiros são os encarregados de mostrar para os turistas caranguejos siríacos (vermelhos) e cavalos marinhos, num percurso de 20 minutos de alegre sossego.
O Hipocampo o Cavalo Marinho é um peixe singular, que vive nas águas de rios e mares localizados em regiões de clima temperado e tropical. Amarelo, vermelho ou marrom, tem características semelhantes às do camaleão: mudam de cor para escapar dos predadores e mexem os olhos independentemente um do outro. É o único peixe que possui a cabeça perpendicular ao corpo. Nadam na posição vertical e para se movimentar rapidamente pela água usam a vibração da suas barbatanas dorsais. Possui uma cauda preênsil (como a do macaco aranha) com a qual se agarra nas plantas e raízes do manguezal, que fica à beira do rio.
“Eles só comem alimentos que se movimentam: pequenos camarões, moluscos e vermes, que são sugados por seu focinho tubular” – disse Raimundo Nato, um dos barqueiros nativos.
Espécies de Cavalos Marinhos
No Brasil existem espécies diferentes de cavalos marinhos em profundidades que variam de 8 a 45 metros e todos eles são considerados vulneráveis por órgãos de proteção à natureza. O homem vem destruindo seu hábitat com a pesca do arrasto sem controle, a sua utilização em aquários ornamentais de água salgada, na medicina e com a venda no mercado negro.
Com a intervenção da IBAMA e o asesoramento dos biólogos do PARNA (Parque Nacional) acabou o comércio dos animais.
Em barcos com capacidade para 8, 12 ou 20 visitantes, os barqueiros dão informações curiosas:
“A época de reprodução da fêmea ocorre na estação da primavera. Ela bota diversos ovos que são fertilizados pelo macho. Ele é quem os guarda numa bolsa até o momento do nascimento” – conta NONATO, 36 anos, antigo pescador da região e agora barqueiro.
O Namoro do Cavalo Marinho
É um baile nupcial, uma “valsa” que acontece por horas, até o momento em que a fêmea escolhe o macho dançarino para depositar cerca de 300 ovos em uma bolsa localizada no seu abdômen (parecida com a bolsa as fêmea do canguru). A gestação dura dois meses e no momento do nascimento, os ovos eclodem dentro da bolsa incubadora. O macho se contorce violentamente para expelir os filhotes, que nascem com menos de um centímetro e transparentes.“Apenas o 3% dos filhotes sobrevivem aos predadores naturais” parece lamentar-se Raimundo. A primeira coisa que fazem ao nascer é subir à superfície para encher as bexigas natatórias de ar (para poder ter equilíbrio ao nadar) e já se tornam completamente independentes dos pais. O cavalo marinho só tem um rim e não tem estômago.“O aspecto do tórax do macho é liso e o de sua companheira é em dentes de serra” completou Rafael para o Jornal, enquanto passeava os turistas numa outra balsa. O cavalinho possui uma cabeça alongada, muito parecida com a cabeça dos cavalos, inclusive a crina. Sua semelhança deu origem ao nome. O corpo é revestido por anéis ósseo e não é tão frágil quanto parece já que tem uma cobertura dura, uma armadura para se proteger dos inimigos.
Jericoacoara aporta um belo passeio ecológico e os turistas também podem ajudar na preservação deixando de comprar objetos, amuletos e suvenires (em toda praia do Brasil) feitos com cavalos marinhos mortos.
A vida que agradece.
O pior inimigo é a inconsciência do homem.
Todos somos responsáveis pelo cuidado da natureza.
ALEJANDRA TRAVERSO
Solstício de Inverno na Pedra Furada
Quem visitar o Parque Nacional de Jericoacoara, no Ceará, nestas férias de julho, vai poder desfrutar de um verdadeiro espetáculo da natureza nos fins de tarde: o sol se pondo através do arco da Pedra Furada. A cena é estonteante. O fenómeno só ocorre neste período do ano, no auge do solstício de inverno, quando o sol se põe mais ao Norte. Durante as outras estações, isso não é possível, pois a projeção dos raios através do orifício se dá sobre o mar, atingindo o ponto mais distante da praia no solstício de verão, em dezembro. A sombra projetada pelo arco é outro espetáculo que merece fotografia aérea. A luz do sol poente realça a cor avermelhada das rochas de quartzo ferruginoso, caracterísitcas de rara formação na extenção do litoral brasileiro. Vale lembrar que a formação rochosa é extremadamente frágil e, para preservár-la, é terminantemente proibido subir ou escalar a Pedra Furada.